UOL São Paulo. 30/01/13
A economia dos Estados Unidos contraiu inesperadamente no quarto trimestre, sofrendo seu primeiro declínio desde a recessão de 2007/08, depois que as empresas reduziram o nível de estoques e os gastos do governo caíram.
O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA caiu a uma taxa anual de 0,1% no quarto trimestre, após crescer 3,1% no terceiro trimestre, informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira (30). Para o ano todo de 2012, a economia cresceu 2,2%.
O resultado é a pior performance desde o segundo trimestre de 2009, quando teve fim o período de recessão, e indica que a economia entra em 2013 sem força.
O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA caiu a uma taxa anual de 0,1% no quarto trimestre, após crescer 3,1% no terceiro trimestre, informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira (30). Para o ano todo de 2012, a economia cresceu 2,2%.
O resultado é a pior performance desde o segundo trimestre de 2009, quando teve fim o período de recessão, e indica que a economia entra em 2013 sem força.
A contração, diante de um cenário de aperto da política fiscal, pode provocar temores de uma nova recessão e criar uma urgência entre autoridades para lidar com as questões orçamentárias.
Uma melhora nos gastos do consumidor e uma recuperação no investimento empresarial, no entanto, limitaram a queda da produção e oferecem alguma esperança para a recuperação, que será fortemente testada conforme Washington aperta o cinto.
O dado foi publicado pouco antes de autoridades do Federal Reserve, banco central norte-americano, encerrarem uma reunião de dois dias. Os números provavelmente garantirão munição a eles para manter sua política ultra-acomodativa.
Economistas dizem que será necessário um ritmo de crescimento acima de 3% durante um longo período para reduzir de forma significativa o alto nível de desemprego. E a economia tem enfrentado problemas para ficar acima de uma expansão de 2%.
A economia foi afetada por uma supertempestade no final de outubro, que provocou fortes danos ao longo da Costa Leste, e a expectativa era de que isso cortasse cerca de 0,5 ponto percentual do crescimento no quarto trimestre.
A recuperação também teve de enfrentar as incertezas relacionadas ao chamado "abismo fiscal", conjunto de aumentos de impostos e cortes de gastos automáticos, o que afetou a confiança embora dados sugiram que as famílias e as empresas deixaram em grande parte essas preocupações de lado.
Alguns sinais favoráveis
As empresas, com estoques altos no terceiro trimestre, desaceleraram seu reabastecimento de estoques nos últimos três meses do ano.
Essa desaceleração cortou 1,27 ponto percentual do PIB do quarto trimestre. Esse foi o maior peso em dois anos. Excluindo estoques, a economia cresceu a uma taxa de 1,1%, desacelerando ante o ritmo de 2,4% no terceiro trimestre.
Os gastos do governo caíram 6,6%, uma vez que os desembolsos do setor de Defesa recuaram 22,2%, apagando os ganhos do trimestre anterior. O governo subtraiu 1,33 ponto percentual do crescimento. O declínio em gastos de Defesa foi o maior desde 1972.
A fraqueza nas exportações também pesou, afetada por recessão na Europa, desaceleração da economia da China e problemas relacionados à supertempestade e a greves portuárias. O comércio geral reduziu 1 ponto percentual do PIB. As exportações caíram pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2009.
Mas nem todos os detalhes no relatório foram desoladores.
Os gastos do consumidor e empresarial mostraram alguma força, e a receita disponível para as famílias após impostos e inflação subiu de forma substancial no quarto trimestre.
Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica, subiram a uma taxa de 2,2%, acelerando ante 1,6% registrado no trimestre anterior.
O investimento empresarial se recuperou após a primeira queda em um ano e meio no trimestre anterior. O mercado imobiliário foi outro ponto positivo, uma vez que a construção de imóveis residenciais avançou a uma taxa de 15,3 por cento, após alta de 13,5% no terceiro trimestre.
A construção de moradias foi um fator positivo no PIB pela primeira vez desde 2005.
Entenda o indicador
O PIB dos EUA é calculado pelo Departamento de Comércio. O PIB mede todos os bens e serviços finais produzidos na economia em determinado período.
Ele é formado por cinco componentes: consumo, investimento, gastos governamentais, nível de estoque e saldo de comércio exterior. O consumo representa quase 2/3 do PIB norte-americano, e é um dos componentes menos voláteis.
(Com Reuters)
http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/01/30/economia-dos-eua-cai-no-4-tri-e-tem-pior-resultado-desde-2009.htm