Bolsa brasileira intensifica a queda e principal índice atinge menos de 50 mil pontos

11/06/2013 - 15h00
DE SÃO PAULO

A preocupação dos investidores com o futuro dos estímulos monetários de importantes bancos centrais derruba os mercados de ações mundiais nesta terça-feira (11) e influencia na queda da Bolsa brasileira nesta tarde.
O Ibovespa, principal índice do mercado de ações do país, intensifica a queda para 2,68%, aos 49.943 pontos.
O sentimento de aversão ao risco estimula uma procura maior dos investidores pelo dólar, que é considerado uma aplicação mais segura.
Também pressiona o mercado de ações brasileiro hoje a preocupação com uma melhora na economia americana, que pode representar mais recursos deixando o Brasil para voltar aos EUA.
Das 71 ações que compõem o Ibovespa, apenas duas tinham alta: Gol (0,78%), do setor de aviação, e Dasa (1,69%), do segmento de laboratórios médicos.
DÓLAR
O dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- chegou a subir quase 1% pela manhã, atingindo R$ 2,166 na venda, mas perdeu força depois de intervenções do Banco Central e oscila perto da estabilidade neste início de tarde de terça-feira.
Às 14h58, o dólar à vista tinha desvalorização de 0,21%, cotado em R$ 2,142 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- operava estável, a R$ 2,148.
A autoridade promoveu dois leilões de swap cambial tradicionais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro, quando o dólar à vista atingiu R$ 2,166 na venda.
Na primeira operação, que ocorreu entre 10h50 e 10h55, a autoridade vendeu 25 mil contratos dos 40 mil colocados à venda, por US$ 1,247 bilhão. Já na segunda operação, que ocorreu entre 11h25 e 11h35, o BC vendeu 20 mil contratos dos 40 mil colocados à venda, por US$ 997 milhões.
Ontem, a autoridade monetária já havia promovido dois leilões de swap cambial tradicionais para conter a alta da moeda, quando ela ultrapassou R$ 2,15.
Segundo operadores, o BC gostaria que o dólar oscilasse na banda entre R$ 2,10 e R$ 2,15 --nível máximo considerado aceitável pelo governo para não comprometer a inflação no país.
MEDIDAS
Na semana passada, o governo anunciou o corte no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. A medida visava atrair mais investimentos em dólar para o mercado brasileiro, o que tenderia a diminuir o preço da moeda americana em relação ao real.
Como o esforço não foi suficiente para barrar o avanço do dólar, o governo pode adotar mais medidas para frear a desvalorização do real.
Entre elas, está o aumento do poder dos bancos de vender dólares no mercado, o que elevaria a oferta de moeda americana na economia, levando o dólar a perder valor e freando a tendência de queda do real.
Segundo a Folha apurou, o BC pode elevar o teto da "posição vendida" dos bancos em dólares, atualmente em US$ 3 bilhões. Até esse limite, as instituições financeiras não precisam recolher 60% de depósito compulsório (recursos que os bancos são obrigados a deixar parados no BC).
Apesar da ação em estudo pelo BC, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descarta reverter outras medidas tomadas em 2010 e 2011 para limitar a oscilação das cotações. É o caso da alíquota de 1% de IOF cobrada sobre transações no mercado futuro de câmbio (derivativos).
Com Reuters

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