Regime de Assad voltou a dizer que grupos terroristas foram os autores.
Oposição elevou para 109 o número de mortos em Hula, incluindo crianças.
O governo sírio rejeitou neste domingo (27) qualquer responsabilidade no massacre denunciado por ativistas
em Hula, no centro da Síria, onde morreram cerca de cem pessoas na
sexta-feira (26), afirmou o porta-voz do Ministério de Relações
Exteriores, Jihad Maqdissi, culpando supostos grupos terroristas.
"Mulheres, crianças e idosos foram mortos a tiros. Essa não é a marca
do heróico Exército sírio", disse Makdissi em entrevista coletiva em
Damasco. Fontes da oposição elevaram o número de mortos contados no massacre a
109 civis, caracterizando um dos piores ataques nos 14 meses de revolta
popular contra o presidente Bashar al-Assad. Outras fontes falam em
cerca de 100 mortos.
InvestigaçãoO Ministério de Relações Exteriores
anunciou a criação de um comitê militar para investigar os fatos, um dia
antes de o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, visitar o país. O regime sírio já havia afirmado que o ataque se tratara da ação de
grupos terroristas no sábado (26), quando exibiu na TV estatal as mesmas
imagens usadas pela oposição mostrando os corpos das vítimas. Segundo a versão apresentada pelo porta-voz do governo, por volta das
14h locais, "centenas de homens armados se reuniram em várias
caminhonetes carregadas com armamento pesado, morteiros e
metralhadoras". "As forças terroristas se dirigiram a esta região que está protegida
pelas tropas governamentais (...) e atacaram vários postos militares",
acrescentou, explicando que utilizaram pela primeira vez "mísseis
antitanque". Maqdissi disse ainda que as tropas governamentais não avançaram e "responderam em legítima defesa".
RepercussãoAs mortes repercutiram
internacionalmente. O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban
Ki-moon, e o emissário internacional Kofi Annan, consideraram o ocorrido
uma violação "espantosa e terrível" do direito internacional. Além da França, que já havia exigido ação sobre o plano de paz da Síria
na manhã deste sábado (26), o Reino Unido também apelou a uma "resposta
internacional forte" em relação à Síria. O ministro das Relações
Exteriores britânico, William Hague, exigiu neste sábado uma "resposta
internacional forte" para o "massacre" de Hula e anunciou a intenção de
solicitar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações
Unidas.
Fonte: http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2012/05/governo-sirio-nega-responsabilidade-sobre-massacre-em-hula.html
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