A crescente população mundial e o consumismo ameaçam a saúde do
planeta, alerta a organização ambientalista Fundo Mundial para a
Natureza (WWF). A demanda por recursos naturais se tornou insustentável e exerce uma
pressão "tremenda" sobre a biodiversidade do planeta, destaca a
organização em um estudo publicado nesta terça-feira (15). Em sua mais recente pesquisa sobre a saúde da Terra, o WWF citou o
Qatar como o país com a maior pegada ecológica, seguido dos vizinhos
Kuwait e dos Emirados Árabes Unidos. A pegada ecológica é um instrumento de medição do uso de recursos
naturais. Quanto menor é a pegada ecológica de uma nação, melhor é o uso
que ela faz de seus recursos naturais. Dinamarca e Estados Unidos completam o ranking dos 5 primeiros, segundo
cálculo com base na comparação de fontes renováveis consumidas contra a
capacidade de regeneração do planeta. O relatório Planeta Vivo ('Living Planet Report') revelou que países de
alta renda têm uma pegada ecológica em média cinco vezes maior do que a
de países de baixa renda. Segundo a pesquisa, a pegada ecológica dobrou de tamanho em todo o planeta desde 1966. "Estamos vivendo como se tivéssemos um planeta extra à nossa disposição", disse Jim Leape, diretor-geral do WWF Internacional. "Estamos usando 50% mais recursos do que a Terra pode produzir de forma
sustentável e a menos que mudemos o curso, este número crescerá rápido.
Em 2030, mesmo dois planetas não serão suficientes", acrescentou. A pesquisa, compilada a cada dois anos, reportou uma redução média de
30% na biodiversidade desde 1970, chegando a 60% nas regiões tropicais,
duramente afetadas. O declínio foi mais rápido em países de baixa renda, "demonstrando como
os países mais pobres e vulneráveis subsidiam o estilo de vida dos
países mais ricos", destacou o WWF.
Em todo o mundo, cerca de 13 milhões de hectares de florestas foram perdidas todo ano entre 2000 e 2010. "Uma demanda sempre ascendente por recursos de parte de uma população
crescente põe uma enorme pressão sobre a biodiversidade do nosso planeta
e ameaça nossa segurança, saúde e bem estar futuros", informou o
organismo. O relatório é publicado às vésperas da Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a quarto maior cúpula sobre
o tema realizada desde 1972, e que será celebrada em junho no Rio de
Janeiro. O presidente eleito da França, François Hollande, confirmou que estará
entre os 100 líderes mundiais presentes à cúpula, com vistas a
determinar o caminho rumo a uma economia que possa equilibrar
crescimento econômico, erradicação da pobreza e proteção ao meio
ambiente. O WWF quer ver sistemas de produção mais eficientes que possam reduzir a
demanda humana por terra, água e energia e uma mudança na política
governamental que medisse o sucesso de um país para além do Produto
Interno Bruto (PIB). Mas o enfoque imediato precisa estar na redução drástica da pegada
ecológica dos países de alta renda, particularmente sua pegada de
carbono, destacou o WWF.
"A Rio+20 pode e deve ser o momento de os governos estabelecerem um novo curso rumo à sustentabilidade", disse Leape. "Este relatório é como um check-up planetário e os resultados indicam
que temos um planeta muito doente", alertou Jonathan Baillie, diretor do
programa de conservação da Sociedade Zoológica de Londres, que
co-produziu o relatório, em conjunto com a organização Global Footprint
Network, que elabora a pegada ecológica.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/afp/2012/05/15/populacao-e-consumismo-ameacam-saude-do-planeta-alerta-wwf.htm
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