Por não conseguir se acostumar à alteração da rotina, que inclui noites
começando ainda sob a luz do dia, grande parte da população brasileira
torce o nariz para horário de verão, que termina à 0h do próximo domingo
(17). A mudança no relógio, porém, provoca grande redução na procura
por eletricidade e, assim, ajuda a minimizar as chances de apagão no
Brasil.
O professor do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico
Científico da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro) Reinaldo Castro Souza diz que a principal vantagem do horário
de verão é que os brasileiros passam a “usar mais a luz natural”,
deixando de lado a artificial.
— [O horário de verão é importante] principalmente por estender a
utilização da luz natural em um horário em que a demanda por energia
aumenta, [por exemplo] no horário em que termina o comércio e as pessoas
voltam para casa, entre 18h e 19h.
Apesar de a mudança “suavizar a demanda” por energia elétrica e reduzir
o consumo entre 4% e 5%, o professor diz que, para o trabalhador, essa
alteração no horário pode ser considerada desvantajosa.
— O relógio biológico não funciona e demora muito tempo para acostumar com essa 'uma hora antes'.
Souza garante que esse “desconforto” da população não é em vão, pois
pode reduzir as chances de algum tipo de racionamento de energia.
Segundo o especialista, muita demanda por luz pode acarretar em um
“risco de fornecimento”.
— Qualquer economia na demanda está garantindo o maior suprimento e mais segurança no fornecimento de energia.
O horário de verão termina amanhã, e os relógios devem ser atrasados em
uma hora exatamente à meia-noite para quem mora no Sul, Sudeste,
Centro-Oeste, além do Tocantins.
O MME (Mistério de Minas e Energia) divulgou na última sexta-feira (15) que a economia chegou a 2.477 MW durante o horário de verão, mostrando que a faixa de 4,5% foi alcançada neste ano.
O órgão estimou, em 2012, que o País conseguiria poupar cerca de R$ 280
milhões com a medida, o que representa uma economia de R$ 2,3 milhões
ao dia.
Estados
Os Estados que entram no horário de verão são definidos de acordo com a
localização geográfica. Quanto mais próximo aos trópicos, maior é o
aproveitamento.
As regiões Norte e Nordeste têm menor intensificação da claridade nos
períodos de inverno e verão, por causa disso o horário de verão só
começa a vigorar nessas regiões em casos especiais.
Esse foi o caso da Bahia, que pensou em entrar no horário de verão no
fim de 2012, mas desistiu depois de uma pesquisa com a população do
Estado. Mais de três em cada quatro baianos foram contra a mudança nos
relógios. Assim, a Bahia foi excluída do horário de verão a pedido do
próprio Estado.
De acordo com o especialista, o MME faz a sugestão de quais Estados
poderiam aderir ao horário, mas os governadores tomam a decisão final.
— O governador pode optar. Há uma recomendação, mas o Estado é soberano
de adotar ou não. No Nordeste, não faz o menor sentido, porque lá está
muito perto da linha do Equador.
O contrário aconteceu com o governo do Tocantins, que pediu para ser
incluído, alegando que seria melhor para se adequar ao horário de
funcionamento dos bancos e às tabelas de horários dos voos nos
aeroportos.
* Colaborou Giorgia Cavicchioli, estagiária do R7.
http://noticias.r7.com/brasil/rejeitado-pela-maioria-dos-brasileiros-horario-de-verao-reduz-chances-de-apagao-no-pais-16022013
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