Desembolso para cobrir custo das termelétricas já é o dobro do previsto

18/08/2013 - 02h00


JULIA BORBA
DE BRASÍLIA


O uso contínuo de energia das termelétricas gerou um gasto bilionário para o governo. O valor desembolsado até junho pode chegar ao dobro do previsto para o ano.
O pagamento dessa energia, mais cara e mais poluente, somava até junho R$ 3,9 bilhões, segundo a Eletrobras. Em maio, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) estimou em R$ 2 bilhões o gasto até o fim do ano.
A despesa será repassada aos consumidores, ao longo de cinco anos. Segundo o ministro, trará um aumento máximo de 3% na tarifa.
Apesar de o relatório de gastos ser contabilizado pela Eletrobras, o ministério contesta os valores. Em nota, técnicos argumentam que outras despesas foram incluídas. O valor efetivo despendido foi de R$ 3 bilhões.
Ainda assim, há um aumento em relação aos últimos anos. No ano passado, as térmicas custaram R$ 1,7 bilhão, de acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em 2010 e em 2011, foram R$ 670 milhões e R$ 6,1 milhões, respectivamente.
As termelétricas funcionam como um estoque de emergência de eletricidade. Se os reservatórios das hidrelétricas estão com nível baixo de água, o governo autoriza o uso das térmicas (movidas a gás, óleo e carvão) para garantir o abastecimento.
Desde o fim do ano passado, as térmicas vêm sendo mais usadas e por mais tempo. Os recursos para evitar que isso bata diretamente no bolso do consumidor saem da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), uma espécie de fundo que banca, por exemplo, o programa Luz Para Todos. O Tesouro tem injetado dinheiro na conta.
No início de julho, o saldo da CDE estava em apenas R$ 371,2 milhões. Foram repassados R$ 4,9 bilhões vindos de outro fundo do setor elétrico (RGR -Reserva Global de Reversão). Na semana passada, o Tesouro realizou um terceiro repasse. Já foram injetados R$ 2 bilhões.

Símbolo do ciclo do ouro no país, Ouro Preto preserva arquitetura rica e sacra

Renata Gama
Do UOL, em Ouro Preto
Ouro Preto é dourada e sombria. Sacra e cruel. Ser símbolo do auge do ciclo do ouro no Brasil significa ostentar um conjunto arquitetônico colonial digno de uma cidade considerada Monumento Nacional e Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco. Mas também envolve carregar em suas ladeiras calçadas de pedra o peso de ter sido palco de dolorosos sacrifícios, mortes e escravidão.
O pré-requisito para apreciar Ouro Preto é curtir arquitetura e história. O principal ponto de referência turística da antiga Vila Rica, que já foi a próspera capital da província e do Estado de Minas Gerais, é a Praça Tiradentes. O lugar leva esse nome não apenas para homenagear o mártir da Inconfidência Mineira, mas porque foi onde sua cabeça ficou exposta para dar exemplo aos traidores da coroa portuguesa, por lutarem pela independência. No local há hoje um monumento ao mártir.
No ponto mais alto da praça, no antigo e imponente prédio da Câmara e Cadeia, fica o Museu da Inconfidência, onde estão preservadas as peças usadas na forca de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, bem como sua sentença de morte por enforcamento, esquartejamento e confisco de seus bens e de sua família por três gerações. Ali também estão os restos mortais de outros inconfidentes, como o escritor Tomás Antonio Gonzaga.
A visita ao museu emociona pela história e pela beleza do acervo. E é primordial passar por ele para entender Ouro Preto e sua importância no Estado e no país. Mas o registro de tê-lo visitado fica apenas na memória, pois não é permitido fotografar. No andar superior do museu, um acervo de arte sacra com ricos exemplares de peças do período barroco, entre elas, esculturas de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Este segundo nome também acompanha os turistas que visitam Ouro Preto. Ao lado do museu, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, com decoração estilo rococó e arcos em talha dourada, há algumas peças de sua autoria. O tour pelas igrejas da cidade mostra também um passeio pela sua obra.
Talvez a mais significativa nesse sentido seja a Igreja de São Francisco de Assis, a mais famosa da cidade.  Exemplar do barroco mineiro de construção iniciada em 1766, o templo tem o projeto assinado por Aleijadinho. São também dele as esculturas da portada e dos púlpitos. Ao visitá-la, aproveite para conhecer a feirinha de artesanato em pedra-sabão, que fica em frente, no Largo do Coimbra.
Outro santuário importante para conhecer a obra de Aleijadinho é a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, que tem em anexo um museu dedicado à sua obra. Mas o templo está fechado desde fevereiro de 2013 por risco de desabamento e passa por obras emergenciais. O exemplar histórico teve projeto e execução a cargo de Manuel Francisco Lisboa, pai do escultor Aleijadinho. Ambos estão enterrados na igreja.
O passeio pelas igrejas de Ouro Preto não fica completo sem a visita à segunda matriz da cidade, a de Nossa Senhora do Pilar.  O exemplar é o mais rico em ouro do conjunto arquitetônico. Na cripta da igreja, há um museu de arte sacra.
E, por falar em ouro, as minas da região são outro atrativo. Chico Rei, Fonte Meu Bem Querer e Velha ficam próximas do centro histórico, mas a que rende o passeio mais interessante é a Mina da Passagem, na cidade vizinha de Mariana. Aproveite e vá de trem maria-fumaça.
       Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto

Coreia do Norte aceita diálogo para visitas de famílias separadas

18/08/2013 - 08h13
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Coreia do Norte aceitou neste domingo negociar com o Sul a volta das visitas das famílias separadas pela guerra na Península Coreana, em mais um sinal da retomada do diálogo entre Seul e Pyongyang. Na semana passada, os dois países concordaram com a reabertura do complexo industrial de Kaesong.
A informação foi divulgada pelo Comitê de Reunificação norte-coreano, órgão do país comunista responsável pela negociação com Seul. A intenção é fazer uma reunião na próxima sexta (23) em Panmunjon, vila de trégua na zona desmilitarizada que divide as Coreias.
Os encontros entre as famílias reuniam cerca de 22 mil coreanos que tiveram suas famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953) e começaram no ano 2000. A iniciativa foi interrompida unilateralmente pelos norte-coreanos em 2010.
A intenção de Pyongyang é promover o encontro na região turística do monte Kumgang, que era operada de forma conjunta entre os dois países. O país comunista também deseja a volta dos passeios de turistas à região, suspensos em 2008 quando uma mulher sul-coreana foi morta por um soldado norte-coreano.
Segundo analistas, a abertura norte-coreana às iniciativas de unificação é uma forma de aumentar a fonte de renda de Pyongyang, afetada pelo fechamento do complexo industrial de Kaesong e o aumento das sanções da ONU em março.
As 123 fábricas que fazem parte da área industrial forneceram US$ 480 milhões (R$ 1,09 bilhão) à Coreia do Norte no ano passado e foram fechadas há quatro meses, em meio à tensão causada pelas medidas contra o lançamento de um foguete em dezembro e um teste nuclear em fevereiro.
EXERCÍCIOS
As reuniões para a retomada das relações acontecem em meio a uma nova série de exercícios militares entre Estados Unidos e Coreia do Sul, que começam nesta segunda (19). A última atividade conjunta entre os dois países foi um dos motivos da tensão com Pyongyang em março.
Os exercícios durarão 12 dias e terão a participação de 50 mil soldados sul-coreanos e 30 mil americanos, com o intuito de avaliar a capacidade dos dois Exércitos de garantir a segurança na Península Coreana. A Coreia do Norte ainda não comentou sobre a atividade.

Sobre Itaipu, Cartes fará 'o que for benéfico' ao Paraguai

17/08/2013 - 03h15


ISABEL FLECK
ENVIADA ESPECIAL A ASSUNÇÃO


Apesar do discurso conciliador com o Brasil, Horacio Cartes disse que fará "tudo o que for benéfico para o Paraguai" em relação à usina binacional de Itaipu.
Assim, deixa abertas as portas para tentar renegociar a dívida da usina e até para discutir a venda da energia excedente do Paraguai a um terceiro país.

"Tenho a obrigação de administrar da melhor maneira os bens do Paraguai, tudo o que seja benéfico ao Paraguai é minha obrigação fazê-lo".
Ele disse, porém, que as discussões devem ser feitas num ambiente de "respeito, prudência e seriedade".
Para o novo diretor paraguaio da usina, James Spalding, "nada deve ser retirado da mesa de negociação".
"O tratado estabelece que cada país é dono da metade da produção [de energia], e o que não se consome se vende a outro país. Temos que ver se existe vontade politica do Brasil para ver como isso pode ir melhorando", disse.
Ele disse que vai "considerar todos os capítulos" do relatório sobre a usina que está sendo elaborado pelo economista Jeffrey Sachs, a pedido do governo anterior.
Em relatório preliminar neste ano, Sachs disse que a dívida paraguaia com Itaipu já estaria paga. Pelo tratado, o cronograma do pagamento termina em 2023.
"Quem sabe haja formas de adiantar o pagamento da dívida, talvez com juros menores", disse Spalding.
O diretor brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, contesta o relatório de Sachs "do título à última linha". "O Paraguai não pôs dinheiro em Itaipu, foram feitos empréstimos, que são pagos pelos consumidores de energia --dos quais, em 2012, 91% eram brasileiros."
A dívida do país sobre a usina é de cerca de US$ 13 bilhões e deveria ser paga até 2023, 50 anos após assinado o tratado. Sachs diz que, por anos, a dívida teria crescido, e deveria ser revista.

Castelo 'de contos de fadas' na Baviera inspirou parques da Disney

17/08/2013 08h00 - Atualizado em 17/08/2013 08h00

Antigo refúgio para rei recluso recebe hoje 1,4 milhão de turistas ao ano.
Ele foi modelo para o Castelo da Bela Adormecida em parques temáticos.

Do G1, em São Paulo

A região da Baviera, na Alemanha, tem um castelo que parece saído dos contos de fadas. Construído no século 19 pelo rei Luís II com a intenção de imitar os antigos palácios medievais alemães, o Castelo de Neuschwanstein serviu de inspiração para o "Castelo da Bela Adormecida" dos parques da Disney.
O Neuschwanstein servia de refúgio para o tímido monarca, que foi para lá com a intenção de se esconder da vida pública. Atualmente, recebe 1,4 milhão de turistas por ano – no verão, são cerca de 6 mil visitantes por dia.
Tecnologia
Apesar de sua aparência medieval, o castelo foi erguido com a tecnologia mais moderna da época. O edifício tinha aquecimento central, sistema automático de descarga nas privadas, telefones em dois andares diferentes, campainha elétrica para chamar os criados e um elevador para carregar a comida para os andares mais altos. Durante todo o tempo em que Luís II morou lá, o castelo permaneceu em construção. A pedra fundamental foi lançada em 1869 e a primeira parte só foi concluída em 1872. Nesse ano começou a ser erguida a área residencial do castelo, mas a decoração só foi completada em 1884.

O “grande hall do trono” foi incorporado posteriormente, e o segundo dos quatro andares do edifício nunca foi concluído – hoje, ele abriga uma cafeteria, uma loja e uma sala multimídia. Devido à instabilidade do terreno onde o castelo se localiza, suas fundações têm que ser constantemente monitoradas para garantir a segurança dos turistas.
O clima da região também acaba danificando as fachadas de calcário, que serão renovadas nos próximos anos.
Um reino para chamar de seu
Segundo os administradores atuais da atração, a explicação para a construção do palácio vai além da personalidade arredia e extravagante do rei. Descontente por haver perdido sua soberania após ser derrotado em uma guerra, ele teria planejado o lugar para ter novamente seu próprio reino, onde poderia ser um rei de verdade. Fã e patrono do compositor Richard Wagner, Luís II dedicou o castelo a ele. O local foi aberto ao público sete semanas depois da morte do monarca, em 1886. O Neuschwanstein fica em uma área próxima à cidade de Schwangau, localizada a 120 quilômetros de Munique.

Neuschwanstein, na Baviera, que parece um castelo de contos de fadas (Foto: Michael Dalder/Reuters)

Orçamento de 2014 prevê R$ 267 milhões para projeto do trem-bala

16/08/2013 13h55 - Atualizado em 16/08/2013 15h27

Ministro negou que custo do projeto possa chegar a R$ 900 milhões.
Governo adiou leilão do trem-bala, previsto para setembro.

Fábio Amato
Do G1, em Brasília
O ministro dos Transportes, César Borges, disse nesta sexta-feira (16) que o Orçamento do governo federal para 2014 prevê o gasto de R$ 267 milhões para investimento no projeto executivo do primeiro trem-bala brasileiro, que deve ligar as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, e cujo leilão, marcado para setembro, foi adiado nesta semana pelo governo por tempo indeterminado.Em entrevista concedida a jornalistas em Brasília, Borges negou a informação, publicada nesta sexta pelo jornal “O Globo”, de que, mesmo sem sair do papel, o trem-bala deve custar aos cofres públicos pelo menos R$ 1 bilhão até o fim do governo da presidente Dilma Rousseff, sendo R$ 900 milhões com a preparação do projeto executivo. Segundo o jornal, a informação foi dada pelo presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, resposável pelo trem-bala.
“Não haverá este gasto [de R$ 900 milhões com o projeto executivo], posso afirmar a vocês. Se eventualmente tiver necessidade de mais ou não [do que os R$ 267 milhões previstos no Orçamento], vamos avaliar. Mas nunca chegaremos a esse número [de R$ 900 milhões], posso afiançar a vocês”, disse o ministro.

De acordo com Borges, o número informado pelo presidente da EPL ao “O Globo” é “apenas uma estimativa com base no valor do projeto.” Ele não soube dizer qual é a real expectativa do governo para o custo do projeto executivo, mas apontou que há “uma determinação política” para que ele não ultrapasse os R$ 267 milhões.

Borges voltou a dizer que o governo não desistiu de leiloar o primeiro trem-bala brasileiro. Nesta semana, o ministro anunciou mais um adiamento da primeira licitação, para contratar a empresa que forneceria a tecnologia e seria a operadora do veículo, marcada para setembro.

“O governo adiou o projeto mas não abriu mão dele. O projeto vai andar. Não tenho dúvida de que o Brasil tem necessidade e vai ter o trem-bala nesse eixo Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro”, disse.

Custo
A estimativa da EPL é que o custo total do projeto do trem de alta velocidade (TAV) fique em R$ 35,637 bilhões. Esses gastos, no entanto, incluem a primeira etapa da licitação do empreendimento, relacionada à compra de trens, vagões e serviços complementares, a um custo de R$ 8,7 bilhões – fase que inclui a contração da empresa que será responsável por implementar a tecnologia do trem de alta velocidade e operar o serviço pelo prazo de concessão de 40 anos – e as obras de construção civil, que deverão consumir R$ 26,9 bilhões.

Epagri confirma ocorrência de neve em várias cidades catarinenses

14/08/2013 13h06 - Atualizado em 14/08/2013 13h06

Epagri/Ciram confirma queda em Urubici, São Joaquim e Água Doce.
Em Bom Jardim da Serra e Urupema também foi registrado o fenômeno.

Do G1 SC

A Epagri/Ciran confirmou a queda de neve em cinco cidades de Santa Catarina nesta quarta-feira (14): Água Doce, Bom Jardim da Serra, Urubici, Urupema e São Joaquim. Em São Joaquim, na Serra, o fenômeno foi registrado por cinco minutos nesta manhã.
A neve começou a cair por volta de 7h17 da manhã e segundo o meteorologista Leandro Puchalski, segue a previsão de queda para o decorrer do dia entre as regiões da Serra, Meio-Oeste e Oeste, nas cidades mais altas do estado. "É importante destacar que os dados atualizados da madrugada indicam que em algumas cidades a neve poderá até acumular", explica.
Em Urubici, também na Serra, a neve caiu em cinco localidades do município. No Morro da Igreja, um dos pontos mais altos do estado e situado na divisa com Bom Jardim da Serra, a neve foi registrada ainda durante a madrugada. De acordo com a Secretaria de Turismo de Urubici, muitos turistas foram até o local para ver e  o fenômeno. No amanhecer desta quarta (14), a sensação térmica  chegou a -13ºC em São Joaquim. Na cidade da Grande Florianópolis, Rancho Queimado, a sensação ficou em -12°C.
Neve histórica em Santa Catarina
O fenômeno da queda de neve desta manhã é o segundo registrado em Santa Catarina no Inverno de 2013. Entre os dias 22 e 25 de julho, 113 municípios registraram a neve, segundo dados da Epagri/Ciram. Municípios do Oeste, da Serra, do Vale do Itajaí e da Grande Florianópolis estavam na lista.

O meteorologista Marcelo Martins disse que o fenômeno pode ser considerado histórico pela espacialidade e abrangência. A região do Morro do Cambirela, situada no município de Palhoça, na Grande Florianópolis, amanheceu coberta de neve no dia 23 de julho. Muitas cidades do estado não registravam a ocorrência de neve há muitos invernos. No Vale do Itajaí, por exemplo, o fenômeno não era visto há 13 anos. No Morro do Cambirela, a última neve registrada foi em 1984.

Meteoros Perseidas terão máxima intensidade às 2h desta terça-feira

12/08/2013 06h00 - Atualizado em 12/08/2013 06h00


Do G1, em São Paulo

Chuva anual poderá ser vista do Brasil por quem olhar na direção norte.
Fenômeno ocorre porque a Terra cruza a órbita do cometa Swift-Tuttle.


A anual chuva de meteoros Perseidas, conhecida popularmente como "lágrimas de San Lorenzo", alcançará sua intensidade máxima às 2h da manhã (horário de Brasília) desta terça-feira (13).
As Perseidas poderão começar a ser vistas com maior clareza quando seu ponto radiante, na direção norte, sair sobre o horizonte. Será possível observar meteoros durante toda a noite, mas é a partir do nascimento da constelação de Perseu que mais meteoros vão poder ser visualizados, segundo o astrônomo Cássio Barbosa, colunista do G1. Por hora, será possível ver de 10 a 15 meteoros, de acordo com o especialista.
Isso ocorre porque, a cada ano, a Terra cruza a órbita do cometa Swift-Tuttle, que passou próximo do Sol pela última vez em 1992. Essa chuva de meteoros costuma ter sua máxima atividade entre os dias 12 e 13 de agosto, mas o fenômeno é apreciável em menor intensidade desde a segunda metade de julho até o fim de agosto.
No momento da observação dos meteoros, a Lua estará em fase crescente e será ocultada no momento em que será possível avistar os meteoros. Por essa razão, segundo assegura o Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), em comunicado citado pela agência espanhola EFE, o satélite natural da Terra "não será um obstáculo para a observação".
As estrelas cadentes são pequenas partículas de pó de diferentes tamanhos – algumas menores que grãos de areia –, deixadas pelos cometas ao longo de suas órbitas ao redor do Sol.
Quando um cometa se aproxima de regiões interiores do Sistema Solar (onde ficam os planetas terrestres: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte), seu núcleo formado por gelo e rochas se sublima pela ação da radiação solar. Assim, o cometa gera sua característica cauda de pó e gás, e a corrente de partículas resultante se dispersa pela órbita do cometa e é atravessada todos os anos pela Terra em seu percurso ao redor do Sol.
É nesse encontro, quando as partículas de pó se desintegram ao entrar em grande velocidade na atmosfera terrestre, que os conhecidos traços luminosos recebem o nome científico de meteoros, explica o IAC.
Imagem feita após longa exposição mostra 'chuva de meteoros' atrás de árvore (Foto: Amir Cohen/Reuters)


Pedra encaixada em fenda a mil metros de altura vira cenário de fotos

12/08/2013 06h00 - Atualizado em 12/08/2013 06h00

Do G1, em São Paulo

Local fica no alto de uma montanha no meio de um fiorde na Noruega.
Turistas sobem até lá para serem clicados em cima da pedra.


Turista no Kjeragbolten, na Noruega (Foto: Bildagentur RM/TIPs/Photononstop/AFP)

Até algum tempo atrás, turistas costumavam admirar o pico de Kjerag, na Noruega, de baixo, enquanto navegavam por um bonito fiorde da região, o Lysefjord.
Agora, porém, muitos gostam de fazer a trilha até o topo dessa montanha de 1.084 metros de altura para serem clicados em um cenário que já se tornou tradicional: o Kjeragbolten, uma rocha arredondada perfeitamente encaixada em uma fenda da montanha.
Além de cenário para álbuns de viagem, o local também é popular entre escaladores e praticantes de “base jumping” (atividade que consiste em pular de uma base fixa com paraquedas).

Sol concluirá inversão de campo magnético nos próximos meses

07/08/2013 19h52 - Atualizado em 07/08/2013 19h54

Processo ocorre a cada 11 anos, informa a Nasa.
Erupções de energia podem aumentar durante a fase de 'máximo solar'.


Da EFE

Imagem da Nasa mostra o Sol em meio a uma erupção, em maio deste ano.
(Foto: AP/Observatório de Dinâmica Solar da Nasa)
Nos próximos três a quatro meses o campo magnético do Sol completará uma inversão de polaridade, um processo que ocorre dentro de um ciclo de 11 anos que está quase na metade, informou nesta quarta-feira a Nasa (agência espacial americana).
"Esta mudança terá repercussões em todo o Sistema Solar", disse o físico solar Todd Hoeksema, da Universidade de Stanford (Califórnia), em declarações para a agência espacial. A inversão de polaridade - norte e sul trocam de posição - ocorre quando o dínamo magnético interno do Sol se reorganiza.
Durante essa fase, que os físicos denominam máximo solar, as erupções de energia podem aumentar os raios cósmicos e ultravioleta que chegam à Terra, e isto pode interferir nas comunicações de rádio e afetar a temperatura do planeta.
Hoeksema é diretor do observatório Solar Wilcox, de Stanford, um dos poucos observatórios do mundo que estudam os campos magnéticos do Sol e cujos magnetogramas observaram o magnetismo polar da estrela a partir de 1976, desde quando já foram registrados três ciclos.
Phil Scherrer, outro físico solar em Stanford, disse que "os campos magnéticos polares do Sol se debilitam, ficam em zero, e depois emergem novamente com a polaridade oposta. É parte regular do ciclo solar".
O alcance da influência magnética solar, conhecida como heliosfera, se estende a bilhões de quilômetros além de Plutão, e as sondas Voyager, lançadas em 1977, que agora rondam o umbral do espaço interestelar, captam essa influência.



Arqueólogos encontram ossadas e moedas antigas no centro de Londres

07/08/2013 21h25 - Atualizado em 07/08/2013 21h25

Lugar onde será construída bilheteria de trem fica sobre cemitério antigo.
Abaixo dele, há ruínas romanas; após exploração, obra continuará.


Da Reuters

Arqueólogos encontraram objetos como moedas do Império Romano do Renascimento, além de ossos humanos, em um local de obra próximo à estação ferroviária de Liverpool Street, no centro financeiro de Londres. No lugar será contruída uma sala de venda de bilhetes. Na medida em que se aprofundam na terra, os pesquisadores encontram coisas de diferentes épocas da história.
O lugar já abrigou o primeiro cemitério municipal da capital inglesa, nos séculos 16 e 17. Abaixo dele, há ruínas romanas. Depois de explorado pelos arqueólogos, o sítio será devolvido à empreiteira, para que finalize a obra.
Nas fotos acima, ossadas encontradas no sítio arqueológico, e, por último, um sestércio romano de latão, com a efígie do imperador Adriano, datada de cerca de 30 d. C.   (Foto: Reuters/Andrew Winning)

Projeto do trem-bala vive momento desfavorável no Brasil

Transporte | 02/08/2013 20:57

Leonardo Goy e Guillermo Parra-Bernal, da Reuters



Trem-bala: governo enfrenta no seu próprio núcleo uma movimentação de opositores que, de carona no momento político mais adverso, querem adiar o projeto

Brasília - Faltando duas semanas para a entrega de propostas dos eventuais interessados, o projeto do trem-bala que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro enfrenta crescente questionamento político dentro do próprio governo, o que pode ameaçar a realização do leilão marcado para setembro.
Embora negue qualquer discussão sobre adiamento e até cobre agilidade das áreas que lidam com o assunto para realizar a licitação no prazo, o governo enfrenta no seu próprio núcleo uma movimentação de opositores que, de carona no momento político mais adverso, querem adiar o projeto.
Segundo uma alta autoridade do governo federal envolvida nas discussões sobre o trem-bala, que pediu anonimato, sempre houve adversários fortes ao projeto, que deve consumir mais de 30 bilhões de reais. Agora, estes estão se alimentando de um mosaico de notícias desfavoráveis que eclodiram nas últimas semanas para reforçarem sua posição.
Existe uma leitura política de que o projeto pode ser mal recebido pela sociedade, pouco tempo depois de um milhão de pessoas terem tomado as ruas das principais cidades do país pedindo, entre outras coisas, melhorias nos transportes urbanos.
Um dos argumentos da oposição ao projeto, e até de setores do governo, é que o dinheiro do trem-bala poderia ser melhor empregado em metrôs.
"A decisão sobre o trem-bala agora é política, e não mais técnica", disse a fonte governamental.
Além disso, na semana passada o acidente em um trem da estatal espanhola Renfe , que deixou 79 mortos, lançou dúvidas sobre a participação do consórcio espanhol - um dos mais interessados na disputa. Isso porque o edital do trem-bala veta a participação de operadores envolvidos em acidentes fatais em linhas de alta velocidade nos últimos cinco anos.

Cientistas desenvolvem arroz resistente à seca

05/08/201318h44

O arroz, juntamente com o milho e o trigo, é considerado um dos cereais mais cultivados do mundo. Atualmente, é a base alimentar de três bilhões de pessoas e as estimativas de crescimento demográfico mostram a necessidade de aumentar em 40% a produtividade dos arrozais em regiões sujeitas à seca até 2025. Em razão de seu enraizamento superficial, o arroz é particularmente sensível à falta d'água, em comparação a outras culturas.
Segundo cientistas, a melhoramento genético para tornar a planta tolerante à seca é uma das estratégias mais promissoras para enfrentar o problema. A tecnologia tem condições de favorecer o crescimento das raízes para que a planta possa alcançar reservas mais profundas de água no solo.

A equipe do cientista Yusaku Uga, do Instituto Japonês de Ciências Agrobiológicas, identificou um gene denominado DRO1, que favorece o enraizamento mais profundo da planta. Depois foram selecionadas duas variedades de arroz: o IR64, uma das mais cultivadas na Ásia, de enraizamento superficial, e o Kinandang Patong, cultivada nas Filipinas, que se enraíza profundamente no solo.

Eles desenvolveram uma planta denominada Dro1-NIL a partir da fusão genética do arroz IR64, à qual transferiram o gene DRO1, expresso no Kinandang Patong.

Os cientistas constataram que as plantas Dro1-NIL assim obtidas tinham um sistema de raízes mais profundo (a profundidade máxima das raízes foi mais que o dobro da do arroz RI64) sem outras diferenças significativas.

Eles também estudaram o impacto do gene DRO1 na resistência à seca, comparando as variedades Dro1-NIL e IR64 em diferentes condições de cultivo. Eles demonstraram que uma seca moderada reduziria o rendimento da variedade IR64 a apenas 42% do rendimento em condições sem seca, enquanto uma seca severa levaria a um rendimento praticamente nulo.

Em contrapartida, o arroz Dro1-NIL não foi praticamente afetado pela seca moderada, enquanto seu rendimento caiu cerca de 30% em caso de seca severa.

Por fim, em condições sem seca, o rendimento desta planta modificada não apresentou diferenças em relação ao do arroz IR64, destacaram os cientistas.

"Nós estamos avaliando agora o desempenho do DRO1 com o Instituto Internacional de Pesquisa sobre o Arroz. Se conseguirmos obter resultados positivos, esperamos lançar esta variedade nos países asiáticos", disse Yusaku UgaP.

Exploração petrolífera pode contaminar 1ª reserva africana, alerta WWF

Em Nairóbi

A organização de defesa do meio ambiente Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) alerta sobre os riscos de uma possível exploração petrolífera na primeira reserva natural declarada do continente, o Parque Nacional Virunga, situado na República Democrática do Congo.
Em um comunicado emitido nesta quinta-feira (1º), a organização avisa que as atividades de exploração contaminariam a reserva, aumentariam a instabilidade em uma região já volátil e representariam uma perda de empregos para a população local que vive da natureza.
Segundo análise independente citada pela WWF, o Parque Nacional Virunga - que se une com as vizinhas Uganda e Ruanda - poderia gerar US$ 1,1 bilhão por ano se for desenvolvido de forma sustentável.
Além disso, a ONG citou que o parque tem potencial para criar 45 mil empregos através de investimentos em energia hidrelétrica, ecoturismo e na indústria pesqueira.
"Virunga representa uma propriedade valiosa para o Congo e contribui ao patrimônio da África como o parque mais antigo e com a maior biodiversidade do continente - com 3.000 espécies animais, entre elas, os gorilas de montanha, em risco de extinção", lembrou a organização ambientalista em documento.
Neste sentido, o texto indica que "os planos para sua exploração e exploração petrolífera põem seu valor em perigo".
Para o diretor da WWF no Congo, Raymond Lumbuenamo, o futuro do país africano "depende do crescimento econômico sustentável". "A extração de petróleo poderia ter consequências devastadoras para as comunidades locais, que necessitam do pescado e da água de Virunga", completou.
Em junho, o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco pediu o cancelamento de todas as permissões de exploração petrolífera em Virunga, solicitando aos adjudicatários (as petrolíferas Total e Soco) para não desenvolverem atividades em lugares considerados Patrimônio pela organização.

'Bosque' futurista tem superárvores que funcionam como jardim vertical

06/08/2013 06h00 - Atualizado em 06/08/2013 06h00


Estruturas em forma de árvore de 50 m de altura abrigam 163 mil plantas.
Local fica em complexo na Cingapura; copas captam energia solar.


Do G1, em São Paulo


Árvores gigantes no Supertree Grove, bosque artificial em Cingapura (Foto: Divulgação/Gardens by the Bay)

União de um grandioso projeto arquitetônico futurista com elementos da natureza, o Supertree Grove é um bosque artificial com “superárvores” que funcionam como jardins verticais. Localizado na área de Marina Bay, em Cingapura, o bosque tem 12 "árvores" com altura entre 25 e 50 metros – o equivalente a um edifício de 16 andares. Cada uma delas é formada por um núcleo vertical de concreto, rodeado por uma estrutura de aço com substrato próprio para plantações.
Essa “casca viva” é formada por plantas e flores originais de países tão distantes da Ásia quanto Equador, Panamá e Brasil. No total, são 163 mil plantas de mais de 200 espécies e variedades, incluindo bromélias, orquídeas, samambaias e trepadeiras tropicais. As copas das árvores, em forma de guarda-chuva invertido, têm sensores que captam energia solar, que é usada para a iluminação noturna e colorida do “bosque”. Duas vezes por noite, essas árvores gigantes viram o cenário de um show de luzes e músicas sincronizadas. Além de passear e admirar o panorama, os turistas que visitam o local podem ainda caminhar em uma passarela suspensa de 128 metros de comprimento que liga duas das superárvores.
Complexo
O Supertree Grove fica dentro do Gardens by the Bay, um complexo que inclui ainda uma grande estufa cheia de flores, uma floresta tropical, restaurantes e bares. O complexo foi construído a partir de um projeto britânico que venceu uma competição internacional de design lançada em 2006, que recebeu inscrições de 24 países.

As árvores iluminadas à noite (Foto: Divulgação/Gardens by the Bay)

Voluntários de viagem sem volta para colonizar Marte se reúnem nos EUA

05/08/2013 - 03h03
DA FRANCE PRESSE

Os primeiros voluntários para realizar uma viagem sem volta a Marte se reuniram no sábado em Washington para assistir a uma apresentação da missão privada que visa a colonizar o planeta daqui a alguns anos.
Quarenta pessoas vindas de várias partes dos EUA e do Canadá participaram, na Universidade George Washington, a apresentação do cientista holandês Bas Lansdorp, presidente e cofundador da empresa Mars-One.
Essa iniciativa privada sem fins lucrativos foi lançada em abril passado e pretende enviar uma equipe de desbravadores a Marte em 2022.
"Estabelecer uma colônia permanente em Marte implica ir sem voltar. Isso parece impressionante, mas não se pode esquecer que na história de nosso planeta, as pessoas que partiram em viagens de exploração deixaram para trás suas famílias", explicou Lansdorp.
A Mars-One disse que os quatro primeiros voluntários chegarão a Marte depois de uma viagem de sete meses, em 2023. A colônia deve ser abastecida a cada dois anos.
A primeira missão terá um custo de 6 bilhões de dólares, que a empresa ainda não conseguiu arrecadar. Doações estão sendo feitas para o projeto, mas Lansdorp não indicou o montante atual.
"A primeira missão terá como objetivo trabalhar no sistema de suporte de vida", afirmou ainda o responsável, admitindo que o meio ambiente em Marte é muito hostil, carece de oxigênio e tem temperatura média de -63ºC.
Cerca de 78 mil voluntários se candidataram para a aventura, que dará origem a novos processos de seleção.


Cientistas produzem primeiro hambúrguer de laboratório

BBC Brasil
05/08/201308h00


O primeiro hambúrguer feito em laboratório será apresentado e degustado nesta segunda-feira, numa conferência científica em Londres.

Cientistas holandeses utilizaram células retiradas de uma vaca para reconstituir os músculos de carne bovina, que foram combinados a outros ingredientes para fazer o hambúrguer.

Os pesquisadores dizem que a tecnologia poderia ser uma forma sustentável para suprir a crescente demanda por carne.

Mas críticos da ideia dizem que comer menos carne seria o jeito mais fácil para compensar a já prevista falta de comida no mundo.

Segurança alimentar

A BBC obteve acesso exclusivo ao laboratório em que o projeto para produzir a carne foi implementado ao custo de cerca de R$ 750 mil.

Na Universidade de Maastricht, na Holanda, a pouco mais de 200 km da capital Amsterdã, o cientista à frente do experimento destaca a preocupação ambiental do estudo.

"Vamos apresentar ao mundo o primeiro hambúrguer feito em laboratório a partir de células. Estamos fazendo isso porque a criação animais para abate não é boa para o meio ambiente, não vai suprir a demanda mundial (por comida) e também não é boa para os próprios animais", ressalta Mark Post, professor da Universidade de Maastricht.

Para Tara Garnett, que é chefe da Food Policy Research Network (um centro de pesquisas da área de alimentos) da Universidade de Oxford, na Inglaterra, os tomadores de decisão precisam olhar além das soluções técnicas na área de segurança alimentar.

"Nós temos uma situação onde 1,4 bilhão de pessoas no mundo ficam obesas da noite para o dia e, ao mesmo tempo, um bilhão de pessoas no mundo todo vão para a cama com fome", ressalta.

"Isso é simplesmente estranho e inaceitável. As soluções não se estabelecem na produção, mas na mudança dos sistemas de suprimento e acesso, com barateamento. E mais e melhores alimentos para pessoas que precisam deles", critica.

A receita

As células-tronco são as "mestres" do corpo humano, que podem se desenvolver em tecidos em diversas formas, tais como nervos e pele.

A maioria dos centros de pesquisa atuando nessa área de estudos tenta reproduzir tecidos humanos que possam ser usados para transplantes, reparando danos em músculos, nervos e cartilagem.

Os cientistas da Holanda querem utilizar técnicas similares para produzir músculo e gordura dos alimentos.

O professor Mark Post começou extraindo células do músculo de uma vaca. No laboratório, as células são colocadas numa cultura - solução - com nutrientes para promover o crescimento e multiplicação das células.

Três semanas depois, as mais de um milhão de células-tronco geradas são divididas e colocadas em recipientes menores onde elas se tornam pequenas tiras de músculo de aproximadamente um centímetro de comprimento e apenas alguns milímetros de espessura.

As pequenas tiras são então coletadas e juntadas em pequenos montes, que então são congelados. Quando alcançam uma quantidade suficiente, elas então são descongeladas e compactadas na forma de um hambúrguer antes de serem cozidos.

Tem gosto bom?

Os cientistas tentaram recriar a carne, que inicialmente tinha a cor branca, da maneira mais autêntica possível.

A professora Helen Breewood, que atua com Post nos estudos, vem tentando fazer com que o músculo criado em laboratório fique vermelho adicionando um composto existente na carne de verdade chamado mioglobina.

"Se não se parece com a carne normal, se não tem gosto de uma carne normal, não se tornará viável", afirma Breewood.

No momento, porém, este é um trabalho em progresso. O hambúrguer a ser apresentado hoje foi colorido com suco de beterraba. Os pesquisadores também adicionaram farinha de pão (ou farinha de rosca), caramelo e açafrão, que ajudam no sabor.

Até o momento, os cientistas podem apenas produzir pequenos pedaços de carne por vez. Quantidades maiores iriam requerer um sistema circulatório para distribuir nutrientes e oxigênio.

Os primeiros resultados sugerem que o hambúrguer não terá gosto tão bom, mas Breewood espera que ele tenha um sabor "bom o bastante".

Sofrimento animal

A pesquisadora Helen Breewood, apesar de atuar no projeto para produzir carne em laboratório, é vegetariana e acredita que a produção de carne gasta muitas fontes de energia. Ela afirma que se comesse carne, iria preferir a feita em laboratório.

"Muita gente considera carne feita em laboratório repulsiva num primeiro momento. Mas se eles soubessem o que acontece nos abatedouros para a produção de carne normal, também achariam repulsivo", ressalta.

Numa nota, representantes do grupo Pessoas pela Ética do Tratamento aos Animais (People for the Ethical Treatment of Animals - Peta) ressaltaram os benefícios da carne de laboratório.

"(Carne de laboratório) irá favorecer o fim de caminhões cheios de vacas, frango, abatedouros e fazendas de produção. Irá reduzir a emissão de gases de carbono, economizar água e fazer a rede de suprimento de alimentos mais segura", destacou a nota do Peta.

Mas a escritora especializada em alimentos Sybil Kappor diz que sentiria dificuldades em comer a carne de laboratório.

"Quanto mais longe você vai do normal, de uma dieta natural, mais corre riscos de saúde e outras questões", ressalta.

O último levantamento das Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas sobre o futuro da produção de alimentos mostra crescimento da demanda por carne na China e Brasil - e o consumo só não cresce mais porque muitos indianos mantêm a dieta amplamente vegetariana por costume cultural.

Assim, há o risco de que a carne produzida em laboratório seja uma aparente solução, cheia de problemas.