05/08/201318h44
O arroz, juntamente com o milho e o trigo, é considerado um dos cereais mais cultivados do mundo. Atualmente, é a base alimentar de três bilhões de pessoas e as estimativas de crescimento demográfico mostram a necessidade de aumentar em 40% a produtividade dos arrozais em regiões sujeitas à seca até 2025. Em razão de seu enraizamento superficial, o arroz é particularmente sensível à falta d'água, em comparação a outras culturas.
Segundo cientistas, a melhoramento genético para tornar a planta tolerante à seca é uma das estratégias mais promissoras para enfrentar o problema. A tecnologia tem condições de favorecer o crescimento das raízes para que a planta possa alcançar reservas mais profundas de água no solo.
A equipe do cientista Yusaku Uga, do Instituto Japonês de Ciências Agrobiológicas, identificou um gene denominado DRO1, que favorece o enraizamento mais profundo da planta. Depois foram selecionadas duas variedades de arroz: o IR64, uma das mais cultivadas na Ásia, de enraizamento superficial, e o Kinandang Patong, cultivada nas Filipinas, que se enraíza profundamente no solo.
Eles desenvolveram uma planta denominada Dro1-NIL a partir da fusão genética do arroz IR64, à qual transferiram o gene DRO1, expresso no Kinandang Patong.
Os cientistas constataram que as plantas Dro1-NIL assim obtidas tinham um sistema de raízes mais profundo (a profundidade máxima das raízes foi mais que o dobro da do arroz RI64) sem outras diferenças significativas.
Eles também estudaram o impacto do gene DRO1 na resistência à seca, comparando as variedades Dro1-NIL e IR64 em diferentes condições de cultivo. Eles demonstraram que uma seca moderada reduziria o rendimento da variedade IR64 a apenas 42% do rendimento em condições sem seca, enquanto uma seca severa levaria a um rendimento praticamente nulo.
Em contrapartida, o arroz Dro1-NIL não foi praticamente afetado pela seca moderada, enquanto seu rendimento caiu cerca de 30% em caso de seca severa.
Por fim, em condições sem seca, o rendimento desta planta modificada não apresentou diferenças em relação ao do arroz IR64, destacaram os cientistas.
"Nós estamos avaliando agora o desempenho do DRO1 com o Instituto Internacional de Pesquisa sobre o Arroz. Se conseguirmos obter resultados positivos, esperamos lançar esta variedade nos países asiáticos", disse Yusaku UgaP.
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