Matheus Lombardi
Do UOL, em São Paulo 09/07/201310h52 > Atualizada 09/07/201314h28
Do UOL, em São Paulo 09/07/201310h52 > Atualizada 09/07/201314h28
O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu nesta terça-feira (9) a
previsão de crescimento da economia do país para 2,5%. Em abril, a
entidade já havia rebaixado a estimativa para o PIB de 3,5% para 3%.
Para 2014, a entidade também reduziu e previsão de crescimento da
economia, passando de 4% para 3,2%. A queda de 0,8 ponto percentual é a
maior entre os países analisados.
De acordo com o FMI, o Banco Central (BC) não deve afrouxar ainda mais a
sua política monetária neste momento já que a inflação está muito
elevada.
"Inflação (no Brasil) está acima da curva. Neste momento, usar estímulo
monetário adicional seria, na nossa opinião, errado", disse o chefe do
FMI para a divisão de Estudos Econômicos Mundiais, Thomas Helbling, em
entrevista coletiva.
Em relatório, o FMI afirma que a revisão para baixo nas previsões se
deve a desaceleração nos mercados emergentes e recessão mais duradoura
na Europa.
A entidade diz também que o possível fim dos estímulos monetários nos
Estados Unidos pode levar as principais economias do mundo a um aperto
nas condições financeiras.
"Se você olha país por país, parece haver um motivo específico para
cada um deles. Na China, parecem os investimentos improdutivos, no
Brasil, o investimento baixo, na Índia, incertezas administrativas e
sobre políticas. Mas você se pergunta se não há algo por trás
disso", disse Olivier Blanchard, o economista-chefe do Fundo.
Para ele, o que estaria por trás desse movimento é uma desaceleração do
crescimento potencial (aquele que não acelera a inflação) e não do
"componente cíclico". "Está claro que esses países não vão crescer a
mesma taxa que cresciam antes da crise."
Economia brasileira patina
A previsão do FMI é maior do que a das instituições financeiras consultadas pelo BC para o Boletim Focus, que é de 2,34%.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também reduziu na semana passada a previsão de crescimento da economia brasileira para 2%.
Ainda na onda de pessimismo com a economia do país, no fim de junho, o Banco Central rebaixou sua estimativa de alta do PIB: cortou de 3,1% para 2,7%.
Economia global
O FMI reduziu pela quinta vez desde o início do ano passado a previsão
de crescimento da economia global no ano de 3,3% para 3,1%.
Os mercados emergentes, que tinham sido anteriormente o motor da
recuperação global, contribuíram para a piora da perspectiva, intitulada
"Dores do Crescimento". O FMI reduziu sua previsão de crescimento em
2013 dos países em desenvolvimento para 5%, incluindo uma previsão menor
para os Brics -- China, Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.
Ao comentar os efeitos sobre a economia global dessa desaceleração dos
emergentes, Blanchard disse que o FMI fez algumas simulações que mostram
o potencial da perda de fôlego dessas economias. "Se o crescimento dos
Brics ficar 2,0% abaixo do que projetamos, o impacto sobre os EUA seria
de 0,5%. É algo que realmente tem importância", afirmou.
Na Rússia, o corte foi mais profundo. O FMI estima agora crescimento de
2,5% neste ano (contra 3,4% previstos em abril) e de 3,3% no ano que
vem (contra 3,8%). "As perspectivas para muitos exportadores de
commodities (incluindo aqueles entre os Brics) também se deterioraram
devido aos preços de commodities mais baixos."
(Com Reuters e Valor)
http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/07/09/fmi-reduz-previsao-de-crescimento-da-economia-do-pais-para-25.htm
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