Para viver em sintonia com o meio ambiente, o argentino Julio Dueñas,
de 78 anos, morador de Venda Nova do Imigrante, região Sudoeste Serrana
do Espírito Santo, desenvolveu equipamentos e experiências que usam a
energia do sol e da água em seu sítio. O Guaçu-Virá, nome da
propriedade, virou ponto turístico na região e tem como principais
atrações o fogão solar e o 'monjolo', uma espécie de pilão que utiliza a
força da água para triturar alimento.
"Queria aproveitar tudo aquilo oferecido pelo planeta de graça sem
destruir o meio ambiente. Essa região tem um potencial muito grande para
a gente utilizar todas as formas de energias sustentáveis", contou o
argentino, que se mudou para o Espírito Santo na década de 1970.
odos os dias o sítio recebe dezenas de visitantes, como estudantes,
filhos de produtores rurais e futuros ambientalistas, interessados em
conhecer e repassar conhecimentos. Julio Duenãs fica feliz ao saber que
suas ideias estão despertando o interesse das próximas gerações. "Temos
que desenvolver a sustentabilidade do homem, porque sem isso, o nosso
planeta seguirá para um rumo sem volta", finaliza.
Energia Solar
Segundo Dueñas, o que mais chama a atenção dos visitantes e moradores da região é o fogão solar desenvolvido por ele mesmo. O fogão é uma espécie de antena parabólica apontada para o sol com uma pequena frigideira no centro. "É pura física. A gente aponta a parábola para o sol e todo o calor é concentrado no centro. Como ali fica a frigideira, esquenta e esquenta muito. A temperatura chega a 120 graus. Dá até pra fritar um ovo", explica, com entusiasmo, o argentino.
Segundo Dueñas, o que mais chama a atenção dos visitantes e moradores da região é o fogão solar desenvolvido por ele mesmo. O fogão é uma espécie de antena parabólica apontada para o sol com uma pequena frigideira no centro. "É pura física. A gente aponta a parábola para o sol e todo o calor é concentrado no centro. Como ali fica a frigideira, esquenta e esquenta muito. A temperatura chega a 120 graus. Dá até pra fritar um ovo", explica, com entusiasmo, o argentino.
Além do fogão, outras 'engenhocas' utilizam o sol como fonte de energia
para o seu funcionamento, como desidratadores de alimento, também
movidos a energia solar. Uma forma simples e barata de aproveitar o
excesso de frutas e legumes da região, segundo Nueñas. "O tomate leva
dois dias para desidratar e se transformar em tomate seco. A berinjela
depois de desidratada perde o amargo. É ótima para combater o colesterol
alto. Também dá pra desidratar a banana, excelente fonte de energia",
afirma.
Já um sistema convencional transforma luz solar em eletricidade. O
projeto, pioneiro na região, já se espalhou entre os moradores vizinhos
ao sítio. "Esse sistema é muito simples. Por meio de placas, a energia
solar é captada e armazenada em baterias. Com isso é possível ter luz
sem pagar nada até durante a noite. Se tivesse que pagar por isso,
gastaria entre R$ 120,00, R$ 150,00 por mês. E o meu único gasto é com a
troca das baterias a cada 8 anos. Mais nada. Não tenho nenhum outro
custo, nem com manutenção", revela o ambientalista.
Energia que vem da água
O sítio Guaçu-Virá fica próximo a uma represa. O excesso de água sempre foi um problema na propriedade. Mas o "professor-pardal" da natureza deu logo um jeito de resolver o problema. "Construímos uma roda d'água para gerar energia para uma pequena bomba que distribui água para todas as 15 casas do sítio, sem custo algum", conta.
O sítio Guaçu-Virá fica próximo a uma represa. O excesso de água sempre foi um problema na propriedade. Mas o "professor-pardal" da natureza deu logo um jeito de resolver o problema. "Construímos uma roda d'água para gerar energia para uma pequena bomba que distribui água para todas as 15 casas do sítio, sem custo algum", conta.
O Monjolo - um grande pilão que utiliza a força da água para triturar
alimentos era um equipamento utilizado pelos antigos imigrantes
italianos que colonizaram a região e está em funcionamento até hoje. "A
gente usa pra transformar os grãos de milho em fubá. E esse fubá
utilizamos na ração dos peixes", diz o ambientalista.
Por falar em peixe, Julio Duenãs também tem um Alimentador Automático
de Peixes utilizando apenas um monjolo (pequeno) e uma plantadeira. "O
maior custo dessa criação é o salário de um funcionário para tratar os
peixes. Dessa forma, eliminamos um custo e mantemos a criação
alimentada", revela.
Não foi fácil transformar o sonho em realidade. Atualmente, o sítio
Guaçu-Virá é sinônimo de orgulho. "Essa região tem um potencial muito
grande para gente utilizar todas as formas de energias sustentáveis e
ainda conseguir um retorno econômico muito bom", afirma.
O ambientalista Julio Dueñas conseguiu enxergar lá atrás uma luz no fim
do túnel. Percebeu que sustentabilidade é muito mais que um discurso. É
viver em harmonia com o planeta. "Tá vendo tudo isso aqui. Isso não é
só meu. Isso é de todos nós. Todos nós podemos aplicar as ideias
desenvolvidas aqui para vivermos melhor, sem comprometer os recursos
naturais" finaliza.
Ovo frito pela ação do sol no fogão (Foto: Bruno Faustino / G1 ES)
Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2012/08/argentino-desenvolve-fogao-solar-e-invencoes-ambientais-no-es.html
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