Brasil diz que Paraguai não está "cedendo" energia de Itaipu!

O Brasil ainda não foi notificado formalmente sobre a intenção do Paraguai de suspender o repasse ao país e à Argentina da energia excedente da Hidrelétrica de Itaipu. De acordo com matéria da Agência Brasil, as autoridades brasileiras rebatem a afirmação do presidente paraguaio, Federico Franco, de que a energia é cedida ao Brasil.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, afirmou que não existe cessão, pois a eletricidade é comprada. "Essa energia o Brasil não tem de graça”, disse. O presidente do Paraguai teria preferido usar a palavra "ceder" porque, em sua análise, o país estaria, na prática, dando energia ao Brasil e à Argentina, e não vendendo.
O porta-voz disse ainda que o Brasil não tem conhecimento sobre os ajustes pretendidos plelo Paraguai e que o governo não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre a suposta decisão de Franco. Para ele, caso seja formalizada, a medida será negociada por ambos os países.
O país mantém praticamente congeladas suas relações com o Paraguai desde a destituição do ex-presidente Fernando Lugo, em junho passado, após ter promovido a suspensão temporária desse país do Mercosul – bloco que também é integrado pela Argentina, o Uruguai e, mais recentemente, a Venezuela.

Revisão – Tovar lembrou que tudo relacionado à represa de Itaipu está regulado por um tratado, segundo o qual Brasil e Paraguai têm direito, cada um, a 50% da eletricidade gerada. O mesmo documento estabelece que a energia não utilizada deve ser vendida a outro sócio. Como o Paraguai satisfaz sua demanda com apenas 5% da eletricidade de Itaipu, o restante é enviado ao mercado brasileiro, que, desde 2011, paga pelo serviço cerca de 360 milhões de dólares (729,612 milhões de reais) ao ano.
O Paraguai é sócio do Brasil em Itaipu, uma das centrais hídricas mais potentes do mundo, e da Argentina na usina de Yacyretá. O país fornece, no entanto, a maior parte da geração de ambas as hidrelétricas a seus vizinhos por preços considerados menores que os praticados no mercado mundial. Tais valores são estabelecidos em acordos bilaterais.
Apesar de ser relativamente barata, a tarifa já subiu bastante no início do governo deposto de Fernando Lugo. À época,  Lugo conseguiu triplicar o montante do valor pago pelo Brasil pela eletricidade e ainda incluiu no acordo uma exigência de construção de uma linha de transmissão entre Itaipu e Assunção, o que aumentará o uso da energia de Itaipu ao Paraguai.

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