05 de agosto de 2012 • 05h00 • atualizado às 05h16
A disputa comercial e militar entre americanos e chineses
pelo Mar da China Meridional ganhou novos capítulos neste sábado. Zhang
Kunsheng, ministro chinês das Relação Exteriores, convocou Robert Wang,
chefe adjunto da Embaixada dos Estados Unidos no país, para fazer uma
representação "séria" sobre a questão. As informações são da Agência Reuters.
Os chineses demonstram descontentamento com um comunicado
emitido pelo Departamento de Estado americano na última sexta-feira, que
considerou a iniciativa chinesa de criar guarnições militares na região
uma "forma de correr contra a colaboração de esforços diplomáticos para
resolver diferenças crescentes na região".
Os Estados Unidos afirmaram que iriam monitorar a área para
evitar uma imposição abusiva do poderio chinês aos outros países. Além
da própria China, o Mar banha a maior parte do Sudeste Asiático.
Parte da região, Filipinas e Vietnã contam com o apoio
americano para competir com a China na exploração de reservas de
petróleo em áreas de litígio. A questão é uma das principais tensões
diplomáticas entre Beijing e Washington, ao lado da cotação da moeda
chinesa e as relações com Tibete e Taiwan.
Neste sábado, Zhang declarou considerar o comunicado americano
uma "distorção dos fatos, que confunde os direitos de soberania e envia
uma mensagem errada para a luta pela paz e a prosperidade na região".
"A China expressa forte insatisfação e oposição à postura
americana e solicita que o país repare imediatamente seus erros. Os
Estados Unidos devem respeitar a soberania e a integridade territorial
chinesa", acrescentou o ministro.
Em outra declaração, Qin Gang, prota-voz do ministério chinês
das Relações Exteriores, afirmou que o Beijing tem soberania absoluta
sobre o mar e suas ilhas, tendo assim o direito formalmente constituído
de explorar e administrar os recursos da região.
"Por que os Estados Unidos fazem vista grossa quando certos
países do Sudeste Asiático ferem leis chinesas para apropriar ilhas e
territórios marítimos de forma ilegal? Por que o Estados Unidos evitam
falar sobre ameaças que chineses enfrentam em suas próprias águas por
invasores estrangeiros?", questionou Gang.
Em cúpula no último mês, a Asean (Associação dos Países do
Sudeste Asiático) debateu a questão e não houve consenso para resolver
as questões de soberania em ao menos seis pontos do Mar da China
Meridional.
Segundo os chineses, as disputas, que já duram pelo menos 45
anos, foram agravadas após a instalação de bases militares americanas e o
apoio declarado aos governos das Filipinas e do Vietnã, encorajados a
tomar uma postura mais agressiva contra Beijing.
Os Estados Unidos se defendem ao afirmarem que são "neutros" na
questão e apenas defendem filipinos e vietnamitas por conta da
"intimidação e do abismo entre as forças armadas dos países em relação à
China". Segundo o governo americano, a maior preocupação é a livre
navegação na região, que não poderia ser monopolizada pelos chineses.
O Mar da China Meridional possui um volume anual de comércio de
aproximadamente US$ 5 trilhões e representa uma das áreas de mais
intenso transporte marítimo no mundo.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6051473-EI8143,00-China+critica+diplomacia+dos+EUA+e+reafirma+soberania+de+area+maritima.html
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